A Casa

 (Imagem: Link)


Enfeitamos as mentes e os corações com promessas imaginárias que teimamos em manter vivas,

mas estamos mortos há tempo demais, já nos esquecemos do que significa a felicidade,

dela já não sabemos extrair sorrisos que cheguem para continuar a enganar os tolos,

de nós nada resta senão meia dúzia de rabiscos num muro qualquer, votado ao abandono,

às intempéries, à solidão...

Que queremos, agora que por entre as frestas de uma casa em ruínas mais não espreitam senão as mágoas de um passado de tormentos,

a dor persistente das traições,

o vazio de um amor que nunca nos permitimos viver?

A vã esperança de um futuro sem projecto, sem alicerces,

ou um gesto de ternura que nos relembre: "you matter"?

Sei lá eu, talvez tu saibas, mas não posso de forma alguma pergunta-to. 

Talvez no dia em que te apercebas de que certos caminhos só podem ser percorridos a dois,

e que essa metade que te falta sempre esteve aqui, à tua espera,

a espreitar,

(por entre as frestas das janelas dessa casa onde nunca entraste, por mais que soubesses onde se encontrava)

de braços abertos, inocentes, sonhadores...

Maybe then, I'll still be here.

With my distorted sights... Alone and benighted by my frights...


2 comentários:

Beatriz disse...

Que fique aqui um beijo meu para ti. Na falta de de te conseguir escrever algo melhor mas na certeza de que te quero mandar um beijo, que voe estes quilómetros todos e te aqueça o coração da mesma maneira que me aquece o meu ler-te, por mais triste que seja aquilo que escreves.
Sou assim também, sempre fui. Talvez seja essa busca constante que nos faz sentir sempre incompletos.

Unknown disse...

❤️