Capítulo I - O Julgamento

(Imagem: Link)


Tão pequenas, que ridículas. As coisas, aquelas que servem para fazer esquecer por momentos a mediocridade dos dias. Obrigado à misteriosa menina da "terra das tias", pelo riso momentâneo que me proporciona, a cada novo capítulo de uma novela cujo fim em breve conhecerei.

Mas...

Tantos anos de desilusões deviam permitir-lhe, ao menos, erguer à sua frente o escudo protector que o impediria de cometer os mesmo erros do passado. Como está feliz, sente-se o maior, como quem diz "Ah! Já caí nesta uma, duas, cinco vezes. Agora não me apanhas mais!"...
Pobre idiota. Nem sequer se apercebe da quantidade de vezes que é necessário ser-se espezinhado, até ser possível aprender a lição. Será mesmo? Existem pessoas que nunca aprendem...

E eu, que sei, digo: maldito seja o coração.

Acercai-vos. Colocai, todos, as vossas mãos entrelaçadas, e perante a minha cabeça deixai-as cair, para que sinta o tremendo peso do seu julgamento. Permito que o façais, que me julgueis, uma vez na vida. Afinal, não é todos os dias que se cai no conto do vigário, quando se foi o inventor do dito. Quando o próprio vigário somos nós! É preciso ser muito idiota, não é? Digam lá que não.

Afinal, a miragem está mais perto de deixar de o ser. A cada palmo de terra trilhada em nome de ninguém. Por cada centímetro de alcatrão inutilmente percorrido, chorareis para sempre o remorso, pela culpa, da minha morte...

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