The Unreachable Happiness

(Lost Eden, by selphys, deviantart.com)


Tão pesadas que insustentáveis, estatelam-se no chão assim que caem. As lágrimas, que já não lhe purificam nada além da interminável, indomável fúria de si. Que já não liberta...
Transformam-se então em pedras, por lapidar, mais duras que diamantes. Afiadas, atiram-se a quem ousou chorá-las... E os estragos que causam jamais poderão ser reparados.

A ausência de gravidade revela-se então, quando pelo pescoço já não consegue agarrar o que aos poucos o esmaga, com força. Escapa-se-lhe por entre os dedos e voa, flutua inalcançável à mão humana que foi incapaz de impedir a sua criação, a sua extinção.

No final, tudo o que resta é o quase nada de sempre. Os sons que só ele conhece, dentro de si jamais sairão... As imagens, daquilo que mais não é senão a sua concepção da beleza suprema pela qual se deixaria contaminar, a qual deixaria entranhar-se no seu corpo até ao mais ínfimo poro da sua pele, caso elas fossem, obviamente, mais do que um mero produto da sua imaginação...

Ah, se pudesse ao menos visitar um dia tal lugar... Ainda que por um segundo, partiria feliz. Em paz, afinal era apenas isso que ambicionava. A paz... A PAZ.

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